Primeiro, há perigo em imaginar que a vontade de Deus se alinha com os nossos planos. A “fé” desta mãe se resume na noção de que Deus esteja à disposição dela para fazer o que ela quer. Não acredito que a culpa seja exclusivamente desta senhora, pois pensamentos iguais são constantemente alimentados pelos pregadores da prosperidade que nos cercam. Em muitos púlpitos e programas religiosos na televisão, a fé em Deus é banalizada ao ponto de apresentar o Criador do universo como se fosse uma máquina de vendas: insira seu dízimo aqui, aperte o botão da sua escolha e sua bênção será dispensada logo! Esta fé não tem nada a ver com o conceito de crer em Deus e suas afirmações nas Escrituras. Não passa de pensamento positivo e uma confiança emocional. Pregadores desta doutrina até tiram do seu contexto frases como “tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13) para prometer um retorno positivo para todas as petições egoístas dos “fiéis”. A ironia deste ensinamento se torna evidente quando consideramos o próprio contexto deste versículo, pois Paulo não falou de receber o que ele queria, e sim de suportar todo tipo de aflição e sofrimento (leia Filipenses 4:10-14). O contexto não fala de conquistas profissionais ou materiais, e é uma perversão das Escrituras usar o trecho para apoiar tais ensinamentos.
Segundo, a afirmação de fé daquela mãe contradisse as suas outras conversas com suas amigas. No decorrer das conversas, transpareceu a atitude de uma pessoa que não se importa com a vontade de Deus. Ela e outras se gabaram de seus feitos mostrando um certo orgulho de sua própria rebeldia contra os princípios da palavra do Senhor. Nisso, também, ela anda acompanhada por muitas outras pessoas. A maioria das pessoas procura separar a fé do procedimento, achando possível crer em Deus sem acreditar nas coisas que ele diz. Muitos querem simplesmente criar deuses à sua própria imagem, assim justificando seu procedimento porque estes deuses teriam de concordar com as opiniões humanas. É por este motivo que ouvimos tantas noções diferentes de Deus. Poucos querem aceitar o que o Senhor revelou de si mesmo nas Escrituras, achando mais interessante inventar sua própria maneira de enxergar Deus.
Paulo claramente repreendeu pessoas que querem imaginar sua imagem de Deus, dizendo que a única maneira de saber sobre Deus é ouvir o que ele mesmo diz: “Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. . . . Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais” (1 Coríntios 2:11,13). Não é difícil entender que a pessoa que crê em Deus confiará nas suas palavras.
Quando ouvimos as palavras reveladas por Deus, descobrimos que a verdadeira fé não pode andar sozinha. A fé em Deus nos leva a obedecer à sua palavra. Por isso, percebemos a incoerência de alguém dizer “tenho fé em Deus” e, ao mesmo tempo, mostrar seu desrespeito pelos seus ensinamentos. Isto não é fé! “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? . . . Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. . . . Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2:14,17,26).
Crer em Deus significa, também, acreditar nas suas promessas e advertências. Apesar das opiniões populares sobre Deus, o próprio Jesus prometeu um julgamento universal que resultará na vida eterna de alguns e na condenação eterna de outros: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (João 5:28-29). Você crê em Deus? Então, viva de acordo com a vontade do Senhor!
Por: Dennis Allan
Por: Dennis Allan
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